Censo: o que explica renda domiciliar em Vinhedo ser 2,3 vezes maior que a de Monte Mor

  • 09/10/2025
(Foto: Reprodução)
Imagem aérea de Valinhos Reprodução/EPTV A renda domiciliar mensal em Vinhedo (SP) é 2,3 vezes maior que a registrada em Monte Mor (SP). Trata-se da maior diferença entre as 31 cidades da área de cobertura do g1 Campinas, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas o que explica essa disparidade? Segundo a economista Eliane Navarro Rosandiski, os dados não refletem, necessariamente, o cenário do emprego e renda dos municípios, mas retrata a ocupação desses espaços. Vinhedo e Valinhos, que registram as maiores médias de renda mensal domiciliar (veja gráfico abaixo), concentram, por exemplo, diversos condomínios residenciais de alto padrão. Ou seja, são moradores com alto poder aquisitivo, mas não necessariamente trabalham nessas localidades. Segundo a professora da PUC-Campinas, isso é favorecido pela característica da região de Campinas, muito conurbada, em que pessoas que moram em determinada cidade trabalham em outra. "Se não houvesse essa divisão intermunicipal, seria como olhar para a cidade de São Paulo, onde você vai encontrar bairros, zonas, regiões com características diferentes", detalha. Características dos municípios Ao analisar a região, Eliane Rosandiski explica que Monte Mor é uma cidade com parte agrícola importante, sem uma forte presença do segmento industrial, o que geralmente impulsiona a renda das famílias. 📱 Baixe o app do g1 para ver notícias da região em tempo real e de graça Um dos segmentos que ajudam a impulsionar os ganhos está em serviços. Campinas, com 1,1 milhão de habitantes, é um município com uma composição de serviços especializados, que oferece altos rendimentos, como saúde, tecnologia, educação. "Algumas cidades tendem a oferecer mão de obra mais qualificada, e que podem buscar a boa remuneração em outras cidades. O diretor de uma empresa que mora em Vinhedo, Valinhos, Campinas", detalha. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Expansão imobiliária Nos últimos anos, Vinhedo, Valinhos, Campinas, Paulínia e Indaiatuba registraram uma grande expansão imobiliária, com a instalação de diversos condomínios de alto padrão. Essa movimentação ajuda a explicar o retrato apresentado pelo IBGE, mas esse mesmo efeito também gera o aumento da renda local pela atração de serviços nesses territórios ocupados por famílias com renda elevada. "Isso vai melhorando a renda per capita, já que acaba atraindo para o local um conjunto de serviços que atendem às demandas dessas famílias. O que configura outro padrão de ocupação do território, como restaurantes, escolas, um aglomerado de atendimentos que valoriza essa região", diz a economista. Abismo na renda Embora a professora explique que os dados não reflitam necessariamente a realidade dos empregos e dos salários pagos na cidade, o dado é um alerta sobre esse abismo social. Apresentar uma renda domiciliar baixa indica a necessidade do poder público olhar para essas famílias e suas necessidades. "A gente olha para essas famílias com uma renda familiar mais baixa, e o que isso implica? Que é um município que, teoricamente, está precisando de melhorias em suas condições. Essa população provavelmente vai demandar determinadas coisas e isso vai refletindo a capacidade dos municípios, os problemas que os municípios podem vir a enfrentar", opina Rosandiski. Raio-X da região Nas 31 cidades da área de cobertura do g1 Campinas, sete registraram renda mensal por pessoa da família acima da média do estado de São Paulo, que foi de R$ 2.093,44. LEIA TAMBÉM: MAPA: Veja quanto tempo as pessoas levam para chegar ao trabalho na sua cidade Carro é o principal meio de transporte até o trabalho; 21% vão de ônibus, 18%, a pé e 16%, de moto Tempo gasto até o trabalho Mais da metade da população ocupada de Campinas (SP) leva até meia hora para chegar ao trabalho, segundo dados do Censo 2022. É a primeira vez que o IBGE investiga qual é o principal meio de transporte mais usado pelos trabalhadores no trajeto do emprego e quanto tempo ele leva. A seguir, veja os dados da cidade de Campinas: A pesquisa indica que 5,34% dos campineiros moram perto do trabalho e gastam até cinco minutos para se deslocar. A maior fatia, porém, leva até meia hora. Apenas 0,72% dos respondentes disseram levar até quatro horas durante a locomoção. até cinco minutos - 5,34% de seis minutos até 15 minutos - 18,88% mais de 15 minutos até meia hora - 32,29% mais de meia hora até uma hora - 27,56% mais de uma hora até duas horas - 14,31% mais de duas horas até quatro horas - 0,72% De acordo com o analista socioeconômico do IBGE Jefferson Mariano, o tempo gasto com o deslocamento está diretamente ligado a questões sociais e, inclusive, à renda da população: quem ganha menos, tende a gastar mais tempo no deslocamento. "As pessoas de rendimento de meio a um salário mínimo é que concentram o tempo de deslocamento de mais de duas horas. Esse indicador diz respeito à dificuldade que as pessoas de menor poder executivo têm, que as pessoas enfrentam, com relação ao deslocamento ao trabalho". Meio de transporte mais utilizado Segundo o Censo 2022, quase metade dos moradores da metrópole afirmou usar o carro para se deslocar até o local em que trabalham. O índice supera a média do estado de São Paulo, de 37,27%. Além disso, o número de pessoas que vão a pé é maior do que o de moradores que usam motocicleta ou bicicleta. 🚗 automóvel - 45,97% 🚌 ônibus - 31,38% 👣 a pé - 8,96% 🏍️ motocicleta - 6,22% 🚲 bicicleta - 1,30% Município em que trabalham Entre os habitantes que responderam ao questionamento, 87,01% disseram trabalhar no município em que moram, sendo que 16,18% fazem home office. 🏙️ município de residência (fora de casa) - 70,83% 🏡 município de residência (trabalham em casa) - 16,18% 🗾 outro município - 8,64% 🌍 país estrangeiro - 0,02% 🗺️ mais de um município ou país - 0,64% "Quando você pega algumas outras cidades da região, a proporção [de quem trabalha em outras cidades] é muito elevada. Isso tem a ver com as características da região e com a economia da região", avalia Mariano. VÍDEOS: Tudo sobre Campinas e Região Veja mais notícias sobre a região na página do g1 Campinas.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2025/10/09/censo-o-que-explica-renda-domiciliar-em-vinhedo-ser-23-vezes-maior-que-a-de-monte-mor.ghtml


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