Efeito pré-frontal: calor pode ser 'turbinado' nas capitais por fenômeno que antecede frente fria; entenda
13/09/2024
Ao menos quatro capitais devem ter as maiores marcas registradas nos próximos dias. Frente fria que avança pelo país deve amenizar os termômetros no Sudeste e no Centro-Oeste. Vista do pôr do sol no fim da tarde deste sábado, 7, no bairro de Perus, em São Paulo.
ROBERTO COSTA/CÓDIGO19/ESTADÃO CONTEÚDO
Com a aproximação de uma nova frente fria, algumas capitais brasileiras devem registrar novos recordes de calor. De acordo com a Climatempo, São Paulo, Goiânia, Brasília e Manaus devem ter as maiores temperaturas de 2024 até o fim de semana.
🌡️Os recordes são consequência da soma de dois fatores que influenciam o clima no país:
Bloqueio atmosférico - o sistema que impede a formação de grandes nuvens de chuva tem causado uma onda de calor duradoura e elevado as temperaturas em boa parte do Brasil;
Efeito pré-frontal - é um fenômeno caracterizado pelo aumento das temperaturas antes da aproximação de uma frente fria. Esse efeito acontece porque o ar frio, sendo mais denso, empurra o ar quente para cima, gerando uma compressão e elevando os termômetros.
Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo explica que, como o efeito pré-frontal tende a aumentar ainda mais as temperaturas antes da chegada da frente fria, a tendência é que os termômetros, já elevados, subam ainda mais.
Com calor pré-frontal, temperaturas devem subir ainda mais no Brasil.
Inmet
Em São Paulo, por exemplo, a previsão é de máxima de 35°C nesta sexta-feira (13), segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Caso a marca se confirme, vai superar o recorde anterior de 34,7°C.
Goiânia e Brasília, que já vinham registrando marcas elevadas com o calor intenso no Centro-Oeste, também podem ter recordes. A capital goiana pode registrar até 39°C nos próximos dias, enquanto, na capital federal, os termômetros podem atingir os 34°C.
Em Manaus, a máxima prevista para domingo (15) é de 39°C, o que igualaria o recorde histórico da cidade observado no dia 11 de setembro.
Brasil tem a cidade mais poluída do mundo nesta segunda? Veja o que dizem os dados e a análise de especialistas
Baixos níveis de umidade
Apesar da aproximação da frente fria, praticamente todo o país ainda deve ter baixos índices de umidade nesta sexta.
A região central do Brasil é a que tem a situação mais crítica. Todos os estados do Centro-Oeste, por exemplo, devem seguir com a umidade muito baixa.
Além do Centro-Oeste, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, oeste dos estados do Nordeste, sul do Pará, sul do Amazonas e Rondônia devem ter níveis de umidade entre 30% e 20%.
🥵Nessas condições, a recomendações para evitar problemas à saúde são:
Bebar bastante líquido;
Evitar desgaste físico nas horas mais secas;
Evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.
Brasil tem quase 200 cidades com umidade igual ou menor que a do Saara; veja a lista
Avanço da frente fria
Uma nova frente fria que chegou ainda na quarta-feira (11) no Sul deve avançar para o Sudeste e para o Centro-Oeste somente no fim de semana.
Apesar da mudança de tempo prevista com a chegada desse sistema no país, ele não será forte o suficiente para quebrar totalmente o bloqueio atmosférico responsável pelas altas temperaturas registradas em todo o país.
De acordo com Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, a frente fria deve acabar com a onda de calor no Sul, leste de São Paulo, Rio de Janeiro e sul do Mato Grosso do Sul.
"Em São Paulo, por exemplo, ela [frente fria] chega só no domingo. Até lá o tempo segue sendo de muito calor, inclusive no sábado", prevê Luengo.
Os estados que mais devem sentir a queda nas temperaturas são Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul. No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso e sul de Goiás, os termômetros devem registrar a redução nas máximas no final de semana.
Já no Sudeste, o sistema deve amenizar o calor extremo, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.
Apesar do alívio nas temperaturas, o refresco deve ser momentâneo. Os meteorologistas preveem que a trégua no calor deve durar no máximo três dias, e depois volta a esquentar em quase todo o país.
"Ainda não conseguimos cravar o dia certinho que volta a fazer calor, mas no Sul, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, lá para quarta ou quinta da semana que vem as temperaturas devem subir novamente", afirma Luengo.
Veja como ficam as temperaturas nas capitais nos próximos dias, segundo o Inmet:
Brasileiro registra antes e depois da chegada da fumaça na Argentina