Empresários do Acre são presos em operação da PF contra tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
15/09/2025
(Foto: Reprodução) Empresários são presos em operação da PF contra tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
Os empresários e irmãos John Muller Lisboa, Mayon Ricary Lisboa e Johnnes Lisboa e os sócios deles André Borges e Douglas Henrique da Cruz foram presos preventivamente nesta segunda-feira (15) pela Polícia Federal por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
A PF-AC deflagrou a Operação Inceptio em Rio Branco, Porto Velho (Rondônia), Ubá (Minas Gerais), Camaçari, Ilhéus e Salvador, na Bahia, Cabedelo (Paraíba) e São Paulo (SP). Foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão.
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Os irmãos Lisboa e os sócios são donos de várias empresas que organizam e promovem eventos no estado. nclusive, duas empresas de Douglas Henrique Silva da Cruz, Moon Club RB DHS da Cruz Sociedade LTDA e DHS da Cruz Sociedade LTDA, foram responsáveis pela venda de camarotes privados e por trazer os artistas dos shows da Expoacre Rio Branco 2025, que ocorreu entre 26 de julho a 3 de agosto.
Já Jhonnes Lisboa é diretor geral da empresa Inove Eventos, que atualmente anunciou a vinda do DJ Alok para Rio Branco no próximo dia 3 de outubro. A apresentação do artista deve ocorrer na Arena da Floresta.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação do governo, que organiza a Expoacre, e aguarda retorno.
Em nota, a defesa dos três irmãos e de Douglas Henrique disse que 'confia plenamente que todos os fatos serão apurados com rigor e imparcialidade pela Polícia Federal e pelo Poder Judiciário' e que os seus clientes estão à disposição para esclarecer os fatos.
O g1 apurou que John Muller, Mayon Ricary e Douglas Henrique foram presos em Rio Branco. Já Johnnes Lisboa estava em Porto Velho e André Borges na Bahia. A reportagem tenta contato com a defesa do empresário André Borges.
Presos durante a Operação Inceptio nesta segunda-feira (15)
Reprodução
Casa de show usada para lavagem de dinheiro
Durante a operação, os policiais estiveram no prédio onde funcionava a antiga boate Moon Club, que seria reinaugurada como Vitrine Club. O estabelecimento teve as atividades suspensas pela PF-AC.
À Rede Amazônica Acre, o delegado André Barbosa, da Delegacia de Repreensão a Entorpecentes da PF-AC, disse que o grupo criminoso atua no Acre desde 2019 e que os crimes foram descobertos durante a investigação de outros crimes.
Ainda segundo o delegado, as casas de shows do grupo eram usadas para lavagem de dinheiro. "Não tem ligação direta com a venda de entorpecente. Eram usadas como mecanismo de instrumentalizar a movimentação de recursos ilícitos, inclusive com origem do tráfico de drogas. Inicialmente, a gente identificou que tinha um grupo de narcotraficantes que revendia drogas para os estados do Nordeste e Sudeste e, a partir de então, para internalizar o dinheiro, utilizava diversas pessoas físicas e jurídicas para lavar dinheiro, incluindo estabelecimentos comerciais", destacou.
O delegado acrescentou que as investigações estão avançadas e que as prisões desta segunda vão ajudar a esclarecer algumas dúvidas. "O estabelecimento que
Bloqueio de bens
A Justiça bloqueou mais de R$ 130 milhões em contas bancárias. Também apreendeu bens que valem cerca de R$ 10 milhões. Além disso, mandou suspender as atividades de um comércio ligado ao grupo investigado.
A polícia descobriu que o grupo atuava em seis estados. Eles mandavam grandes quantidades de droga do Acre para o Nordeste e o Sudeste. O dinheiro do tráfico era movimentado por meio de contas bancárias, criptomoedas e empresas de fachada.
Os suspeitos podem responder por tráfico de drogas, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
Confira a nota da defesa na íntegra
A defesa de Marck Johnnes da Silva Lisboa, John Muller, Mayon Ricary Pontes Lisboa e Douglas Henrique Silva da Cruz vem a público esclarecer, diante de notícias veiculadas sobre a Operação “Inceptio”, que confia plenamente que todos os fatos serão apurados com rigor e imparcialidade pela Polícia Federal e pelo Poder Judiciário, assegurando o devido processo legal, a ampla defesa e o contraditório, garantias previstas na Constituição Federal.
Reforça-se que nenhuma acusação implica culpa. Até decisão judicial definitiva, toda e qualquer pessoa permanece inocente, não devendo sofrer prejulgamento ou condenações antecipadas.
Nosso cliente está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários, contribuindo com a elucidação dos fatos.
Reiteramos o compromisso com a defesa técnica responsável e ética, atuando exclusivamente no âmbito jurídico e confiando que a verdade será restabelecida ao final do processo.
Daiane Carolina Dias de Sousa Ferreira
OAB/AC 5.604
Marcus Venicius Nunes da Silva
OAB/AC 3.886
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