Famílias descobrem troca de corpos após enterro no ES e denunciam erro do IML

  • 30/12/2024
(Foto: Reprodução)
Caso começou na última quarta-feira (25) e parentes foram avisados do erro na sexta (27), quando o sepultamento de uma das vítimas já havia ocorrido; Polícia Científica reconheceu que houve falha. Família enterra pessoa errada: corpos de jovem e outro homem são trocados no IML A perda de um ente querido já é, por si só, uma dor imensurável. Agora imagine ter que enterrar um parente duas vezes ou descobrir que o seu familiar morto, na verdade, foi sepultado por outras pessoas e com outro nome. Essa situação real aconteceu com duas famílias no Espírito Santo após um erro no Instituto Médico Legal (IML) de Vitória. O caso foi confirmado pela Polícia Científica do estado. 📲 Clique aqui para seguir o canal do g1 ES no WhatsApp A história começou na última quarta-feira (25), quando o corpo de Matheus Soares Maria Quintiliano, de 23 anos, foi encontrado em um valão em frente à casa dele, no bairro Oriente, em Cariacica, na Grande Vitória. Ele foi levado para o IML já em avançado estado de decomposição. Matheus Soares, 23 anos. Famílias descobrem troca de corpos após enterro no Espírito Santo e denunciam erro do IML Reprodução/TV Gazeta No mesmo dia, mas em outro bairro da cidade, Gelson Pereira da Rosa, de 56 anos, também foi localizado morto dentro de casa e encaminhado para a unidade da Polícia Científica. O IML informou à família de Gelson que, por causa do avançado estado de decomposição, o reconhecimento do corpo seria feito através de exames de digital. Após a identificação, houve a liberação e a família realizou o enterro de "caixão fechado", por causa do corpo. O sepultamento aconteceu no dia seguinte, na quinta-feira (26). "Foi feito no cemitério com uma comoção familiar. Ele era muito conhecido na cidade, respeitado", detalhou a advogada Nínive Santos, especialista em Direito Aplicado. Ao mesmo tempo, no IML, a família de Matheus aguardava, desde quarta, a liberação do corpo do jovem. A irmã dele, Karina Maria Quintiliano, fez o reconhecimento na própria quarta, em pleno Natal, por duas vezes. Segundo ela, houve um erro na documentação da liberação. Depois, ela foi informada de que precisaria aguardar até o dia seguinte. Karina Maria Quintiliano, irmã de Matheus Soares, 23 anos. Famílias descobrem troca de corpos após enterro no Espírito Santo e denunciam erro do IML Reprodução/TV Gazeta "Voltei na quinta (26) com todas as documentações para liberar o corpo. Aí, me passaram a informação de que iam coletar as digitais dele, por causa do estado de decomposição. Eles disseram que, assim que conseguissem coletar as digitais, iriam entrar em contato com a família. Na sexta (27), voltei e perguntei o porquê da demora. Foi quando falaram que estavam esperando o espelho da identidade dele vir da Bahia para comparar as digitais", contou Karina. Foi nesse momento que ela percebeu que havia algo errado, já que o irmão dela não era baiano, e toda a documentação dele era do Espírito Santo. Troca de corpos Ainda na sexta (27), segundo a advogada Nínive, a família de Gelson foi comunicada pelo IML de que o corpo que eles haviam enterrado não era o dele, e sim o de Matheus. O corpo de Gelson, na verdade, ainda estava no instituto. Advogada Nínive Santos. Famílias descobrem troca de corpos após enterro no Espírito Santo e denunciam erro do IML Reprodução/TV Gazeta "A família recebeu um comunicado do responsável do IML de que o corpo havia sido trocado por um erro e até falou-se em falha humana. Não foi um erro qualquer, foi um erro que abalou toda a família. Tanto a família do senhor Gelson como a outra família", destacou a advogada. A irmã de Matheus também disse ter conversado com a coordenação do IML: "Eles falaram que tinham dois corpos no mesmo estado: o do Matheus e o de um outro senhor. O do Matheus estava no corredor e o do senhor, dentro da 'geladeira'. Quem estava de plantão liberou o que estava no corredor, que era meu irmão, para a família errada", conta Karina. Corpo é exumado e novamente enterrado O corpo que havia sido enterrado como o de Gelson, mas que, na verdade, era de Matheus, teve que ser desenterrado e voltou para o IML. Só aí o verdadeiro corpo de Gelson foi liberado corretamente para a família, que teve de fazer um segundo enterro, neste domingo (29). "Imagina uma família ter dois momentos e ter que ser feita exumação de um cidadão de honra, de bem, e seus familiares terem que passar por isso?", questionou a advogada Nínive Santos. Enquanto isso, a família de Matheus teve que, neste domingo (29), mais uma vez reconhecer o corpo do jovem, que agora está em estado de decomposição ainda mais avançado. "Tive que passar por esse constrangimento de novo, porque é uma dor. É difícil para a família. A gente está desde quarta-feira nessa angústia. Estou tentando ser forte porque minha mãe precisa de mim. Ela tem arritmia cardíaca, já foi parar no hospital. A gente pede justiça", desabafou a irmã Karina. As duas famílias dizem que vão entrar com processos na Justiça sobre o caso. "Já solicitei todos os procedimentos administrativos e provas cabais. Vamos tomar todas as providências cabíveis no rito administrativo, inquérito policial", detalha Nínive. Polícia Científica do Espírito Santo Reprodução/TV Gazeta O que diz a polícia A Polícia Científica do Estado do Espírito Santo (PCIES) se manifestou por meio de nota, dizendo que "lamenta profundamente o ocorrido, solidariza-se com os familiares e informa que a troca foi constatada pelos próprios servidores do IML. O diretor do instituto entrou em contato com os familiares e iniciou imediatamente os trâmites legais para a exumação de Matheus Soares Maria Quintiliano, que foi enterrado no lugar de Gelson Pereira da Rosa. Informamos que Gelson já foi sepultado corretamente, e Matheus foi liberado para o devido sepultamento". A corporação ainda informou que a Corregedoria da Polícia Científica irá apurar o ocorrido, bem como as responsabilidades relativas ao caso. "O procedimento para corpos em decomposição envolve a realização da perícia necropapiloscópica, que consiste na obtenção das impressões digitais e na comparação com as impressões digitais presentes nos documentos do falecido". A nota diz ainda que a "PCIES utiliza protocolos rigorosos para a liberação de corpos, entretanto, irá reavaliar seus procedimentos para evitar que situações como essa aconteçam novamente". Vídeos: tudo sobre o Espírito Santo Veja o plantão de últimas notícias do g1 Espírito Santo

FONTE: https://g1.globo.com/es/espirito-santo/noticia/2024/12/30/familias-descobrem-troca-de-corpos-apos-enterro-no-es-e-denunciam-erro-do-iml.ghtml


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