Laudo aponta 2 explosões, vestígios de pólvora e disparos de munições em apartamento incendiado de coronel

  • 22/10/2024
(Foto: Reprodução)
Explosão de um artefato dentro do cômodo-cofre do armamento do militar iniciou o incêndio, confirma perícia. Defesa alega que ignição foi causada por 'combustão espontânea' e pede o não indiciamento dele. Armas encontradas em meio aos escombros de apartamento de coronel do Exército em Campinas (SP) Arquivo pessoal Um laudo do Instituto de Criminalística (IC) de São Paulo apontou ao menos duas explosões, vestígios de pólvora e disparo de munições no apartamento do coronel reformado do Exército Virgílio Parra Dias, que pegou fogo no início do ano. No local, o militar guardava armas e munições. O caso aconteceu no dia 24 de fevereiro deste ano no primeiro andar do prédio onde morava o coronel em Campinas (SP). Ninguém ficou ferido, mas 44 pessoas que estavam em andares superiores tiveram que ser retiradas do edifício, parte delas por meio de cordas. O militar tinha licença de CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) para manter 86 armas. A Polícia Civil e o Exército investigam, no entanto, se havia um excedente ilegal no local. No laudo, o qual o g1 teve acesso, o perito confirma que a explosão de um artefato dentro do cômodo-cofre onde ficava o armamento do militar iniciou o incêndio que, segundo o documento, chegou a 327°C de temperatura. O documento lista os danos causados no apartamento do coronel, no apartamento vizinho e nas áreas comuns do prédio e afirma que as explosões, o incêndio e o disparo de munições colocaram em risco a vida dos moradores. "A onda de choque provocada e os fragmentos de alvenaria arremessados pelas explosões, além dos disparos das munições provocados pelo incêndio acarretariam perigo para a integridade física e para a vida de quem se encontrasse durante o período que ocorreram as explosões e o incêndio, nos corredores do 1º pavimento e na escada entre o térreo e o 1º pavimento", diz laudo. A perícia, no entanto, afirma que não é possível determinar se a explosão foi fruto de ação criminosa ou de acidente. Pedido de não indiciamento O g1 apurou nesta segunda-feira (21) que os advogados de defesa pediram o não indiciamento do coronel pelos crimes de incêndio e explosão. Como argumento, eles utilizam o laudo do IC e um segundo laudo contratado que aponta que a explosão ocorreu por conta da combustão ou ignição espontânea da pólvora envelhecida, "afastando qualquer ação humana dolosa ou negligente". "Segundo nossa compreensão, há evidente equívoco nas provas carreadas na fase inquisitorial. Segundo nosso juízo, a ignição em referência se deu por combustão espontânea e que o armazenamento de munições, pólvora e espoletas se deram em ambientes separados, conforme as normas atinentes. Deste modo, não há que se falar em qualquer responsabilidade, por qualquer prisma penal, ao Coronel Parra", informou, por nota, Fernando Capano, advogado que representa o militar. Imagens mostram como ficou apartamento de coronel que guardava arsenal de armas em casa após incêndio Explosões e munições Segundo o laudo, a primeira explosão dentro do cofre destruiu uma parede e espalhou escombros. A segunda explosão, ocorrida depois, gerou uma onda de choque que atingiu as portas do elevador provocando o tombamento delas. Peritos ainda encontraram duas paredes do cofre destruídas, mas não conseguiram confirmar se foi de uma das duas explosões ou de uma terceira. Ainda conforme o documento, os disparos das munições que estavam armazenadas, causadas pelo calor, provocaram danos na parede ao redor da porta do elevador e no corredor lateral do apartamento vizinho. À época do incêndio, bombeiros que combatiam o fogo utilizaram um escudo balístico para se proteger. Pólvora apreendida Material apreendido no apartamento do coronel que foi enviado para perícia no Gate Reprodução Uma perícia feita pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) no material aprendido no apartamento que explodiu em Campinas, em fevereiro deste ano , identificou ainda intactos 19 quilos de pólvora e 3.988 cápsulas de ignição, substâncias explosivas usadas para recarregar munições. Granadas estavam inativas O g1 revelou em maio que as duas granadas encontradas no apartamento do coronel reformado não ofereciam risco de explosão e que, por isso, investigadores já suspeitavam que a pólvora possa ter causado as explosões. O caso é investigado pelo 1º Distrito Policial (DP) de Campinas, que aguardava, até a última atualização, a chegada de todos os laudos do Instituto de Criminalística - responsável pela perícia do incêndio e das armas. Só depois disso ouviria formalmente o militar da reserva. Armas em grande quantidade Apartamento com munições que pegou fogo em Campinas e armas de coronel Defesa Civil e Arquivo Pessoal O g1 revelou no mês passado que investigadores suspeitam que havia no apartamento mais armas do que o autorizado pelo Exército. O coronel havia autorização para 86 armas, porém, após o incêndio, a polícia encontrou 112 armas e carcaças no imóvel, entre pistolas, revólveres, fuzis, espingardas e garruchas. Esse número, no entanto, ainda precisa ser confirmado em laudo pericial. Relembre o caso Imagens mostram como ficou apartamento de coronel que guardava arsenal de armas em casa após incêndio Segundo a perícia, o incêndio começou no cofre do coronel a partir da explosão de um artefato. Ao todo, 44 pessoas que estavam em andares superiores foram retiradas do prédio, parte delas por meio de cordas, em uma manobra semelhante à técnica de descida em rapel. Após o incêndio, a polícia encontrou 112 armas e carcaças de armas no imóvel, entre pistolas, revólveres, fuzis, espingardas e garruchas, além de granadas. Esse número, no entanto, ainda será confirmado por laudo pericial da Polícia Científica. Essa confirmação é necessária, segundo a Polícia Civil, uma vez que parte do armamento estava queimado e, por isso, a contagem pode ter sido imprecisa durante a apreensão. Aposentado como general O coronel da reserva Virgílio Parra Dias, de 69 anos JN Virgílio Parra Dias, de 69 anos, é coronel aposentado e instrutor de tiro. Segundo o Exército, o militar possui certificado de registro válido como atirador, caçador e colecionador (CAC) e tinha licença para manter 86 armas no imóvel, mas a Polícia Civil vai investigar se havia excedente ilegal no arsenal. O nome do coronel também consta como um dos responsáveis por um clube de tiro em São Paulo (SP). Nascido em 21 de abril de 1954, o coronel frequentou a Academia Militar das Agulhas Negras, escola de ensino superior do Exército que fica no Rio de Janeiro, entre 1977 e 1980. VÍDEOS: tudo sobre Campinas e região Veja mais notícias da região no g1 Campinas

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/noticia/2024/10/22/laudo-aponta-2-explosoes-vestigios-de-polvora-e-disparos-de-municoes-em-apartamento-incendiado-de-coronel.ghtml


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