Liderança do povo Manchineri no Acre participa da COP16 na Colômbia: 'vamos para a luta'

  • 22/10/2024
(Foto: Reprodução)
Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica iniciou nesta segunda-feira (21) e vai até a próxima quinta-feira (31). Wuriu Manchineri é vice-diretor da Manxinerune Tsihi Pukte Hajene (Matpha). Wuriu Manchineri participa da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade em Cali na Colômbia Arquivo pessoal Vice-diretor da Manxinerune Tsihi Pukte Hajene (Matpha) uma organização civil ligada ao povo Manchineri no Acre, o ativista Wuriu Manchineri, de 28 anos, está desde esta segunda-feira (21) em Cali na Colômbia, para participar da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP 16), que acontece até a próxima quinta-feira (31). Com o tema “Paz com a Natureza”, o evento, um dos mais importantes para discussão de questões ambientais, busca discutir e encontrar soluções sustentáveis para o planeta. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp "É muito importante porque acaba que a COP, ela reconhece a população, no caso os povos indígenas, como participantes diretos e não só como ouvintes, mas como propositores de ações, propositores de ideias, de soluções", ressaltou. Wuriu participa do evento a convite da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) como representante da Matpha. Se juntando a representantes de mais de 190 países e membros da sociedade civil organizada. Segundo Wuriu as COP's só eram abertas para a população indígena como ouvintes e agora é possível ter voz nesses espaços e fazer parte da discussão. Ele ressalta ainda os apoios da Coiab, Greenpeace e Hivos, organização de cooperação internacional que presta apoio a organizações da sociedade civil, para ter voz nesses eventos. "Segunda-feira eu participei de uma mesa que fala sobre a importância da biodiversidade, no caso como a demarcação dos territórios indígenas afeta diretamente a conservação da biodiversidade", comentou ele. Ele diz ainda que quer usar seu tempo no evento para reafirmar a necessidade das políticas indígenas de garantia de direitos e políticas coerentes para o cuidado da vida, segurança jurídica dos territórios indígenas e estratégias eficazes para políticas locais, nacionais e internacionais de combate às crises de biodiversidade e climática. "Estou muito feliz de estar conseguindo discutir sobre algumas ideias, de estar mostrando a importância dos povos indígenas na conservação do meio ambiente. O meu sentimento, é um sentimento de alegria por poder participar, é um sentimento de gratidão pela confiança das organizações, no caso pela confiança da Coiab de ter me chamado para essa COP, e vamos para a luta", festeja. Quem é Wuriu Manchineri? Além de vice-presidente de sua organização, o ativista indígena estuda Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Acre (Ufac) e direito na União Educacional do Norte. É conselheiro no Conselho Nacional de Política Indigenista (CNPI) e bolsista pelo Programa de Educação Tutorial (PET) - Conexões de Saberes Comunidades Indígenas. De acordo com a Matpha, desde 2007 o movimento Indígena luta contra o PL do Marco Temporal, que afeta diretamente o direito ao território dos povos indígenas, garantido no artigo 231 da Constituição Federal. O Projeto de Lei foi aprovado pela Câmara Federal, porém, a tese foi rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento indígena segue lutando para impedir que a medida seja implementada no Brasil. LEIA MAIS Marco temporal: STF começa a negociar conciliação sobre demarcação de terras indígenas Rejeitado pelo STF, marco temporal é aprovado no Congresso; veja o que pode acontecer Povo Manchineri O Povo Manchineri tem a maior concentração aldeada no município de Assis Brasil, nas Terras Indígenas do Riozinho do Iaco e Mamoadate (Assis Brasil e Sena Madureira). Também há Manchineris de contexto urbano que se concentram em Rio Branco. Elcio Manchineri, pai de Wuriu, cresceu em contexto de aldeia Mamoadate e depois veio para o contexto urbano. Hoje ele é o coordenador da COIAB. Wuriu Manchineri participa da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade em Cali na Colômbia Arquivo pessoal COP 16 Durante o evento, o Brasil terá papel importante nas discussões sobre a implementação do Marco Global de Biodiversidade Kunming-Montreal (GBF, na sigla em inglês), adotado na última COP 15, no Canadá, reforçando sua posição como um dos países mais ricos em biodiversidade e com agenda ambiciosa voltada para o desenvolvimento sustentável e a proteção ambiental. Foram definidas 23 metas para 2030 que objetivam deter e reverter a perda de biodiversidade para colocar a natureza em um caminho de recuperação para o benefício das pessoas e do planeta, conservando e usando de forma sustentável a biodiversidade e garantindo a distribuição justa e equitativa dos benefícios do uso de recursos genéticos. O GBF inclui medidas específicas, incluindo a colocação de 30% do planeta e 30% dos ecossistemas degradados sob proteção até 2030. Ele também contém propostas para aumentar o financiamento aos países em desenvolvimento - um dos principais pontos de controvérsia durante as discussões. COP da diversidade: 196 países se reúnem na Colômbia para tratar da proteção da natureza Vídeos: g1

FONTE: https://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2024/10/22/lideranca-do-povo-manchineri-no-acre-participa-da-cop16-na-colombia-vamos-para-a-luta.ghtml


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