Professores da rede municipal de Teresina decidem continuar greve e buscam negociar reajuste salarial
18/02/2025
(Foto: Reprodução) Trabalhadores da categoria votaram pela continuidade durante assembleia nesta terça (18) em frente à Câmara de Teresina. Categoria reivindica aumento de 22,07%. Professores da rede municipal de Teresina decidem continuar greve
Eric Souza/g1
Os professores da rede municipal de ensino de Teresina votaram, na manhã desta terça-feira (18), pela continuidade da greve da categoria, deflagrada na segunda-feira (17). A votação ocorreu durante uma assembleia realizada em frente à Câmara Municipal de Teresina, na Zona Norte da capital.
Segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Teresina (Sindserm), Sinésio Soares, a greve vai continuar até que os professores sejam recebidos pelo prefeito Silvio Mendes (União Brasil) para negociarem o reajuste salarial da categoria.
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O aumento reivindicado pelos professores é de 22,07%, maior que os 6,5% anunciados pela Prefeitura de Teresina. A gestão municipal, porém, alega que não pode conceder o reajuste pretendido pelos professores devido ao momento de "responsabilidade fiscal".
Por outro lado, Sinésio argumenta que a prefeitura pode pagar o aumento de 22,07% devido ao repasse de R$ 85 milhões do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), feito em janeiro de 2025.
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"É um recorde histórico, entrou R$ 14 milhões a mais que janeiro do ano passado. Já agora em fevereiro, nos dez primeiros dias, entrou R$ 28 milhões. Tem condição de pagar", afirmou o coordenador-geral.
O dirigente do Sindserm citou também que a Constituição Federal prevê, em seu artigo 212, a aplicação de 25% da receita resultante de impostos na educação pública dos estados e municípios. Para ele, esse dinheiro também pode custear o reajuste pleiteado pelo sindicato.
Segundo Sinésio, os professores foram recebidos na Câmara pelo vereador João Pereira (PT), que integra a Comissão de Educação do parlamento municipal e afirmou que os ajudaria a negociar o aumento salarial. Ao g1, a assessoria de imprensa do vereador informou que ele aguarda o projeto do reajuste da Prefeitura chegar à Câmara para discutir sobre ele no plenário.
"Agora são 22,07% porque somou o [reajuste] de 15,8% (sancionado em 2023) com o 6,27% (reajuste nacional) desse ano. [A Prefeitura] está descumprindo inclusive o passivo que o Tribunal de Contas do Piauí (TCE-PI) disse que tem que pagar: as dívidas de 2022, 2023 e 2024. Temos o direito de greve como arma do ponto de vista legal", concluiu o coordenador-geral do Sindserm.
Quanto ao reajuste pedido pelo sindicato, o secretário de Administração de Teresina, Marcos Elvas, declarou que o aumento proposto pela prefeitura terá uma repercussão anual de R$ 38 milhões na folha de pagamento da educação municipal, enquanto a convocação dos professores custará R$ 25 milhões.
Ao todo, o impacto financeiro será de R$ 63 milhões no ano. “Para quem recebeu a prefeitura da forma que recebeu, acho que é impossível fazer mais. Entendo a posição do sindicato, no regime democrático é possível ter várias visões. Mas tem que ter a capacidade de pagamento”, disse o secretário.
Professores da rede municipal de Teresina decidem continuar greve
Eric Souza/g1
Professores da rede municipal de Teresina decidem continuar greve
Maria Clara Morais/Sindserm
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