‘Virou uma estrelinha’, diz avó paterna de menina encontrada enterrada no quintal de casa no interior de SP
16/10/2025
(Foto: Reprodução) Justiça mantém prisão temporária de mãe e padrasto que confessaram morte de criança
A avó paterna de Maria Clara Aguirre Lisboa, de 5 anos, lamentou a morte da neta, encontrada enterrada no quintal de casa em Itapetininga (SP), na terça-feira (14). A mulher contou que a criança pedia para não voltar aos cuidados da mãe.
"Tem que ter justiça. Ela virou uma estrelinha e tá olhando pela gente no céu. A justiça será feita”, disse Vanderleia ao g1.
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Maria Clara era carinhosa, amorosa e gostava de brincar com os primos, relembrou Vanderleia Monteiro do Amaral, de 50 anos.
O corpo de Maria Clara Aguirre Lisboa foi encontrado enterrado nesta terça-feira (14). O casal Luiza Aguirre Barbosa da Silva, mãe da menina, e Rodrigo Ribeiro Machado, o padrasto, foi preso e confessou o crime. Eles serão indiciados por homicídio e ocultação de cadáver.
Segundo a avó, quando visitava a família aos fins de semana e precisava ir embora, Maria Clara pedia para não voltar para casa.
“Ela dizia: ‘Vó, eu não queria ir embora. Eu não gosto da minha mãe’. Ela contava tudo o que acontecia”, afirmou.
Vanderleia descreveu a neta como uma criança doce, que gostava de ir ao parquinho, brincar com os primos e demonstrava carinho com todos. “Ela virou um anjo. A gente não sabe o que fazer. Dá um desespero, não me conformo com o que aconteceu.”
A menina de cinco foi sepultada na tarde desta quarta-feira (15). Como o corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição, não houve a realização de velório. O sepultamento ocorreu no Cemitério Colina da Paz, e somente familiares do pai biológico acompanharam o enterro.
Veja cronologia do caso da menina morta pela mãe e padrasto em Itapetininga (SP)
arte/g1
Segundo a Polícia Civil, a menina sofria agressões frequentes da mãe e do padrasto.
Conforme o delegado responsável pelo caso, Franco Augusto, o corpo da criança, identificada como Maria Clara Aguirre Lisboa, foi encontrado no quintal da casa do padrasto. Os dois demoraram cerca de dois dias para enterrar o corpo da criança, e o local foi concretado para ocultar o crime.
O padrasto já tinha histórico criminal e torturava psicologicamente a criança e a mãe dela, utilizando a menina como forma de pressão, além de agredi-la fisicamente. O casal admitiu que a menina "atrapalhava" a vida deles e que descontava a frustração e a raiva na criança.
Padrasto e mãe suspeitos de matar menina de 5 anos e enterrar corpo em quintal de casa, em Itapetininga (SP)
Reprodução
Padrasto encaminhou áudio para o pai biológico da criança dizendo que a menina já estava morta
Arquivo pessoal/Vanderleia Monteiro do Amaral
As primeiras informações da perícia indicam que o corpo de Maria Clara estava enterrado havia aproximadamente 20 dias.
O caso começou a ser investigado após uma denúncia feita ao Conselho Tutelar pela avó paterna da vítima, que comunicou o desaparecimento da menina. Inicialmente, a polícia não trabalhava com a hipótese de homicídio.
Rodrigo e Luiza foram localizados também na terça-feira, mesmo dia em que o corpo foi encontrado, e levados à delegacia, onde confessaram o crime. Eles passaram por audiência de custódia nesta quarta-feira (15) e foi ratificada a prisão de ambos. O padrasto foi transferido para a cadeia de Capão Bonito (SP). Já a mãe seguiu para Votorantim (SP).
Mãe e padrasto confessaram que mataram Maria Clara e concretaram o corpo no quintal de casa em Itapetininga
Arquivo pessoal/Vanderleia Monteiro do Amaral
Mãe e padrasto confessam terem matado criança e concretado o corpo no quintal de casa em Itapetininga
Divulgação/Polícia Civil
*Colaborou sob a supervisão de Carla Monteiro
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